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sábado, 27 de agosto de 2011

EBD - Lição 09 - Preservando a Identidade da Igreja


Lição 9 – Preservando a Identidade da Igreja
28 de agosto de 2011

Texto Áureo
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade [alguns manuscritos acrescentam: e da pureza] que há em Cristo” (2Co 11.3). 
Paulo, como um pastor zeloso, teme que seus convertidos se afastem de Cristo, assim como Eva foi enganada por Satanás e afastou-se de Deus. Ele sabia que os falsos apóstolos eram uma perigosa ameaça espiritual, comparável à Serpente de Gênesis. Seus ensinamentos pareciam bons, mas na realidade corrompiam a mensagem do evangelho com suas inserções humanas, filosóficas e gnósticas de apego a exigências legalistas e de concessões (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Esse perigo não ficou restrito àquela época da Igreja, ele é tão real hoje quanto foi para a Igreja de Corinto. Por isso, a advertência de Paulo deve ser o norteador de todo crente para não se apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Verdade Prática
Só existe um meio de a Igreja de Cristo preservar a sua identidade como a agência por excelência do Reino de Deus: obedecer amorosa e incondicionalmente a Bíblia Sagrada.

Leitura Bíblica em Classe
Atos 20.25-32
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender o que é a Igreja;
- Saber que devemos preservar a identidade da Igreja, e
- Identificar Os perigos que ameaçam a Igreja na terra.

Palavra-chave
IDENTIDADE
Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa.
Comentário
Quais os perigos que têm ameaçado a Igreja e desfalcado a sua característica como embaixada do Reino? É significativo que a primeira vez em que os seguidores de Cristo foram chamados de ‘cristãos’ foi justamente por se parecerem com Cristo – ‘aqueles que seguem a Cristo’, isso porque tudo o que tinham em comum era Cristo; não se identificavam pela naturalidade, pela cultura ou pela língua que falavam. Para aquela Igreja, ser Cristão era pertencer a Cristo, ainda que esse epíteto fosse inicialmente ‘pejorativo’, tornou-se o designativo de um povo realmente chamado para fora do mundo e esse termo, ou aquele que o mundo hoje escolheu para nós - crentes (também pejorativo) – é o mais supremo nome que o ser humano pode levar na terra: ‘Cristão’! É primordial que tenhamos o zelo de manter as características de verdadeiros seguidores de Jesus Cristo para não sermos identificados pelo que temos, ou pela posição que ocupamos, ou pelo conjunto de regras e doutrinas que defendemos, mas sim pelo amor a Deus e o zelo pela Palavra, pela simplicidade e pela pureza que há em Cristo. Boa Aula!

I. O QUE É A IGREJA
Definição, Principais Dimensões e Sua Identidade.
Definição: Ekklesia’, formado de ek, ‘para fora de’, e klesis, ‘chamado’; no singular kaleõ, ‘chamar’. Entre os gregos era usado para descrever um grupo de cidadãos reunidos com a finalidade de discutir os assuntos do estado, como em At 19.39. O grupo de 72 sábios judeus que traduziram as Escrituras hebraicas para o grego utilizou o termo para designar o ‘ajuntamento de Israel’, quando convocado para qualquer propósito definido. O uso nos evangelhos tem duas aplicações possíveis: ao grupo inteiro dos redimidos ao longo da era atual, acerca do qual Jesus disse: ‘...edificarei a minha Igreja’ (Mt 16.18) e que na teologia desenvolvida por Paulo é descrito como ‘igreja, que é o seu corpo’, a Igreja universal (Ef 1.22, 23; 5.23); outro sentido quando utilizado no singular para referir-se a um grupo formado por crentes professos, como em Mt 18.17, e no plural, diz respeito às igrejas num distrito.
As principais dimensões da Igreja e sua identidade:
(1) A igreja é apresentada como o povo de DEUS (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com DEUS (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de DEUS. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por DEUS e Pai (2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO (ver 1Co 3.16; 2Co 6.14—7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de Cristo (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é Cristo (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela. 
(6) A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do ESPÍRITO SANTO (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do ESPÍRITO (Ef 4.4) e o batismo com o ESPÍRITO (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do ESPÍRITO (Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O ESPÍRITO que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de DEUS, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de Cristo para buscar o seu povo (ver Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível.
a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva em Cristo.
(b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt 13.24 ; At 12.5).

Sinopse do Tópico (1)
A Igreja é um organismo vivo. Ela é formada por pessoas de diferentes raças, línguas, culturas e cor que aceitaram a Cristo como Salvador.

II. A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA
1. Na pregação e no ensino do evangelho. A parte central das últimas instruções de Jesus aos discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A tarefa da evangelização ainda faz parte imperativa da missão da Igreja, ela é chamada a ser uma comunidade evangelizadora. Esta é uma das características da Igreja que transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9. A Grande Comissão foi dada pela autoridade de Cristo, posto que seu domínio é universal, o evangelho deve ir ao mundo inteiro. Assim, devemos avançar e conquistar novos discípulos, e isso não é uma opção, é uma obrigação de todo aquele que se diz cristão; não somos todos evangelistas no sentido formal do termo, mas todos temos recebido os dons necessários para ajudar a realizar essa que é a obra primaz da Igreja - esse imperativo de Jesus é a razão primária de ser Igreja!
2. No amor cristão. Jesus afirmou que nosso amor cristão mostrará que somos seus discípulos (Jo 13.34,35). As pessoas não regeneradas vêem dissensões, ciúme e divisão em nossa Igreja ou reconhecem-nos como seguidores de Jesus pelo amor que demonstramos uns aos outros? Essas coisas são essenciais à salvação e à preservação da identidade da Igreja. O amor cristão é mais do que um sentimento de afeto, é uma atitude que se expressa através do serviço desinteressado. O amor cristão tem no amor sacrificial de Cristo o seu modelo e a comunidade de crentes como o primeiro lugar onde esse amor se expressa (Gl 6.10; Ef 5.25). É digno de nota que o amor é a condição sine qua nom para o exercício apropriado de qualquer dom (1Co 13.1).
3. Na defesa da fé. Paulo preocupado com as raízes pouco profundas de seus convertidos escreve 1Tm 6.3-5 onde retorna pela última vez ao problema dos falsos mestres, destacando especialmente sua tendência de causar divisões e sua ganância. Isso leva-nos a refletir sobre a perspectiva correta que se deve ter em relação à segurança da fé que temos abraçado. Muitos crentes aceitam o que é divulgado pela mídia como se ela não cometesse erros e estivesse livre de preconceitos, isso vale também para o que é ensinado como teologia cristã; é preciso ter cuidado com o que estamos estudando e passando para nossos alunos, ao mesmo tempo, termos o maior cuidado de estarmos certos de que as respostas às quais chegamos são válidas, alicerçadas na Bíblia.

Sinopse do Tópico (2)
A Igreja deve preservar a sua identidade, pregando e vivendo a Palavra de Deus, amando ao próximo e lutando contra as distorções das Sagradas Escrituras.

III. ALGUNS PERIGOS QUE AMEAÇAM A IGREJA
1. A perda e o esfriamento do amor. Os crentes são chamados à fidelidade e perseverança até que as promessas alcancem seu cumprimento total. A demora no cumprimento de alguma promessa muitas vezes leva o crente ao esfriamento do amor e dedicação por Cristo e sua Palavra. Vejamos que na advertência à Igreja de Éfeso em Ap 2.4, o termo ‘deixaste o teu primeiro amor’, caracteriza um ‘abandono’ da fé; este é um dos sentidos do termo grego aphiemi – ‘deixar’; Strong define aphiemi em três categorias de significados: 1) Deixar ir, mandar embora, enviar, perdoar. Nesse sentido, a palavra é usada em conexão com divórcio (1Co 7.11-13), dívidas (Mt 18.27) e, especialmente, pecados (Mt 9.2; 1Jo 1.9); 2) Permitir, deixar (Mt 3.15; 5.40; 19.14); 3) Negligenciar, abandonar, deixar sozinho (Mt 4.11; Mc 7.8; Lc 13.35; Jo 4.3).
2. A perda do temor a Deus. Temer é ‘ter grande respeito a’, não se trata de simples medo, mas de reverência, por meio da qual o indivíduo reconhece o poder e a posição do indivíduo reverenciado e lhe presta respeito formal. Nesse sentido, ‘temor’ implica submissão a uma relação ética formal com Deus. Com efeito, quando se perde o temor a Deus, atingiu-se o mais baixo abismo da degradação moral e possivelmente, torne-se irreconciliável. Ninguém jamais alcançará o padrão divino de absoluta perfeição moral e será digno de sua glória. Portanto, se houver alguma salvação, ela deverá acontecer de outra maneira, pela justificação que há em Cristo para um correto relacionamento com Deus.
3. A perda da humildade. Como visto na lição de número 7, humildade vem do Latim humilitas, -atis: pequenez, modéstia, qualidade de humilde; capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. É o inverso de altivez, arrogância e orgulho. É demonstração de respeito, submissão, deferência e reverência. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. Paulo que, escrevendo 2Co 3.4, 5 e 6, afirma: “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento...” Para desempenharmos o serviço do Senhor é imperativo que haja humildade no coração: “O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus” (Mq 6.8). (Veja Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 2.13; Tg 4.10; Lc 22.26; 1Pe 5.5,6).

Sinopse do Tópico (3)
O esfriamento do amor, e a perda do temor a Deus e da humildade têm ameaçado a preservação da identidade da Igreja de Cristo.

III. Conclusão
A Igreja é a família espiritual de Deus, uma comunidade criada pelo Espírito Santo baseada no Calvário, e como tal, deve preservar aquela marca distintiva que caracterizou a Igreja primitiva: obediência amorosa e incondicional à Bíblia Sagrada. Falsos ensinos são uma perigosa ameaça espiritual que podem causar estragos semelhantes aos causados pela Serpente de Gênesis. De modo semelhante, o apego a exigências legalistas e de concessões pode macular a identidade da Igreja (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Por isso, não podemos nos apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Que Deus os Abençoe!

Hermes Castro.

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