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domingo, 28 de agosto de 2011

EBD - PREPARANDO A EBD DO SEGUNDO SÉCULO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

 

Preparando a Escola Dominical do Segundo Século das Assembleias de Deus

Identidade e Relevância


A educação não é projeto de uma só pessoa. Uma vez que ela será vivida por uma comunidade, é preciso que essa educação corresponda aos anseios desse mesmo corpo social. Além disso, ela precisa refletir a realidade do grupo a que se destina sem, contudo, meramente reproduzi-la e sim, interpretá-la criticamente. Uma educação assim, como se presume, não é orgânica, naturalista, dada, espontânea ou coisa que o valha, antes, é pensada, construída, intencional, planejada, concebida. Ainda assim, mesmo tendo esse princípio ideológico, essa educação precisa reconhecer sua inexorável sujeição histórico-contingencial. Ela e seus pensadores são tributários de seu tempo.

Dependentes dos paradigmas a que se opõem ou que a eles convergem, os que pensam a educação precisam ter lucidez suficiente para questionar a própria prática. Tal exercício, longe de ser um ato virtuoso, é ação obrigatória no quefazer pedagógico, pois, inoculados e dependentes das estruturas de pensamento em vigência da época, tais pensadores, por mais que tenham uma motivação altruísta para formularem sua teoria educacional, podem incorrer, involuntariamente, em uma concepção irreal do fenômeno educativo. Assim, qualquer instituição ou comunidade, igreja ou entidade que possuam sistemas educacionais próprios, precisam reconhecer a urgência e a imprescindibilidade de se refletir sobre sua prática pedagógica.

Diante desse saber, é preciso refletir sobre os desafios que, na atualidade, reivindicam uma resposta para que a ED nas ADs continue em sua caminhada evolutiva no futuro. Esse exercício torna-se mais exequível quando conhecemos nossa estrutura de pensamento, pois assim podemos repensar a identidade assembleiana, além de termos também as condições para questionar a nossa relevância.


A CPAD E SUA POLÍTICA EDUCACIONAL DE DEMOCRATIZAR O ENSINO


Há duas décadas, quando cheguei à AD, a denominação estava a dezessete dias de completar 80 anos e eu, aos quatorze, apenas iniciava a adolescência. À época, devido ao meu porte físico, fui acomodado na classe de jovens, cuja indicação da revista Lições Bíblicas é para a faixa etária adulta que se inicia a partir dos dezoito anos. Apesar de a revista Mensageiros da Fé (publicada naquela época) ser indicada para a faixa etária de 12 a 14 anos, não havia como situar-me naquele grupo, pois, a diferença, em termos de maturação biológica e psíquica de quem está saindo da terceira infância em relação a quem já está entrando na adolescência, é algo que, devido as necessidades e os anseios dos grupos, separa-os claramente. Dessa forma, o pré-adolescente e o juvenil (faixa na qual me enquadraria facilmente) permaneciam em uma espécie de “limbo pedagógico”. Evidentemente que havia a clara percepção educacional da necessidade de revistas específicas para essas faixas etárias, o que na realidade faltava era recursos para que o projeto pudesse sair do papel. A prova disso está na convocação da quarta capa da segunda revista de ED que estudei ainda em 1991, que tinha como título “CARIJ – a urgente missão de atualizar as revistas infanto-juvenis para a Escola Dominical”.

A notificação é institucional e, por isso, o texto aparece assinado pela Divisão de Educação Cristã, que é o atual Setor de Educação Cristã. O que deve ficar claro é a preocupação recorrente da Editora com o aspecto intencional e planejado da educação através da ED. Na realidade, todo esse processo teve início ainda em 1974, com a criação do Caped pelo pastor Antonio Gilberto e patrocinado pela CPAD. Desse tempo para cá, muitos outros horizontes puderam ser vislumbrados na área do ensino em nossa denominação.

Em 1996, mais um grande salto em favor da democratização do ensino foi dado. As ADs, através dos seus líderes, superintendentes e professores, expressaram seus anseios à Casa Publicadora das Assembleias de Deus em relação ao material didático utilizado na ED. Ocorria no Rio de Janeiro, o 1º Encontro de Superintendentes de Escola Dominical. Nascida na visão do Diretor Executivo da CPAD, Ronaldo Rodrigues de Souza, esta iniciativa trouxe avanços consideráveis e desde então intensificou-se o processo de mudança curricular.

Como a democratização do ensino tem sido uma realidade para a Editora, a CPAD não parou por aí, contudo, em razão do espaço, não será possível detalhar a caminhada ascendente da Educação Cristã no contexto assembleiano, entretanto, os exemplos colocados deixam claro que a CPAD está atenta às mudanças e às demandas que os novos paradigmas educacionais estabelecem. A Casa é plenamente cônscia de que os novos tempos trazem novas expectativas, novos desafios e, justamente por isso, sua política educacional não poderia ser mais acertada ao franquear a palavra aos milhares de líderes, superintendentes e professores que,
voluntariamente, se doam ao ensino da Bíblia Sagrada todos os domingos utilizando as revistas do currículo da CPAD.
Em outras palavras, a Casa está aberta a sugestões, críticas e ideias que certamente servirão para o aperfeiçoamento constante do seu material de ED.
Mesmo com todo o trabalho desenvolvido pela CPAD, é preciso entender que, pela dimensão numérica de nossa igreja, existe ainda muita falta de participação nas aulas dominicais. Em 1991, dados oficiais do IBGE davam conta que as ADs, nesse tempo, possuíam cinco milhões de membros. Estimativas atuais e otimistas defendem que somos atualmente 20 milhões. Para fins de análise do que se pretende apontar aqui, esses dados chamam atenção para um aumento astronômico, pois a denominação cresceu o triplo em duas décadas, contra oitenta anos que a precederam! E é exatamente aqui que reside o problema. Pelas informações que existem, a participação na ED ainda é pífia, pois somente cerca de 20 por cento desse número é aluno e participa do mais importante programa de Educação Cristã da igreja. É bem verdade que de 1996 para cá, ou seja, desde o lançamento do Biênio da Escola Dominical 96/97, devido aos investimentos realizados na área curricular e na capacitação do professor, houve um crescimento de 10 por cento. Isso significa crescer em treze anos o mesmo percentual que demorou oitenta e cinco anos para ser atingido! Tal constatação indica claramente que a CPAD está na direção certa em relação àquilo que lhe compete.

Mesmo diante desses dados, alguns questionamentos se impõem: Se temos material de qualidade e o apoio necessário do ponto de vista pedagógico, o que é que nos falta? Mesmo sendo ainda muito forte a resistência ao saber nos círculos pentecostais, paradoxalmente, a CPAD como uma editora pentecostal, é a que mais investe na área da Educação Cristã e, de maneira específica, na ED. O que se conclui é que os avanços no campo teológico nos limites das ADs devem-se à intensa disseminação da literatura através da Editora.


REPENSAR A IDENTIDADE E QUESTIONAR A RELEVÂNCIA


Qualquer sistema de educação, seja qual a for a sua concepção do fenômeno educacional, quase nunca é algo pensado para o momento. A crise enfrentada pelas pessoas do tempo atual enseja uma reação visando à próxima geração. Howard Hendricks, afirma que “leva pelo menos vinte anos para o indivíduo descobrir que ele recebeu boa educação”. Isso significa que, se quisermos verificar mudanças substancias em nosso pensamento teológico e senso de missão cristã, ocorridas a partir da ED, é preciso estabelecer hoje o que queremos que esteja sendo prática corrente em 2030!

Pensar uma ED para a denominação é uma tarefa gigantesca e hercúlea. Há grandes desafios internos e externos que demonstram claramente as dificuldades de tal empreitada. Contudo, existe uma característica extremamente importante que pode ser o caminho para se pensar em pequenas — porém, massivas — transformações em nosso meio. Trata-se do fato de que qualquer pessoa que tenha a oportunidade de viajar pelo país conseguirá, sem muito esforço, identificar em nossas igrejas mais similaridades que diferenças. As poucas diferenças que existem são em áreas periféricas, pois no campo doutrinário a unidade é praticamente unânime. Tal fato, como já tive oportunidade de dizer em outro artigo, deve-se, sem dúvida, ao trabalho realizado pela CPAD ao longo dos seus 71 anos de existência, particularmente através da revista Lições Bíblicas.

Antes de emitir o meu despretensioso parecer, devo deixar claro que é evidente que o tema dessa reflexão não está sugerindo uma preparação para um século, no sentido de cem anos. Mesmo porque, “a folhinha e o calendário são outros nomes para o relógio; por isso, são convencionais, repetitivos e historicamente vazios”. A proposta é pensar algo que existe há dez décadas, entendendo que a instituição ED, nas ADs, deverá enfrentar (se Jesus não levar o seu povo até lá, é claro!) outros cem anos, consciente de que os seus novos desafios são muito distintos dos do seu primeiro centenário, mas também reconhecer as amplas possibilidades que esse novo tempo traz. É natural que nesse momento grandes questões emirjam e reclamem respostas: Como deverá ser a ED no próximo século das ADs? Essa reflexão, porém, não tem sentido antes de se responder: Quais os desafios, do primeiro século, que ainda temos para transpor?


Uma vez que a ED é gerida por pessoas, mesmo que o material didático seja de boa qualidade, nada mudará se a perspectiva de quem a faz for de que ela nada mais é que uma reunião domingueira. Em outras palavras, o princípio básico da ED é o ensino da Palavra de Deus, mas nada impede que através dela outras atividades sejam desempenhadas. O exemplo de Raikes é extremamente oportuno nesse sentido. Ele não viu as crianças apenas como “almas” que precisavam livrar-se do inferno, mas como seres humanos integrais que precisavam de salvação, mas também de alimentação, conhecimento, instrução, educação e, sobretudo, a garantia de um futuro melhor.
Como reflexão humana sobre a revelação, a teologia pentecostal precisa fazer com que o dualismo antropológico e a dicotomia da realidade sejam eliminados. Mesmo crendo na instalação literal do Reino de Deus por Jesus Cristo, é preciso perceber a necessidade de uma atuação responsável da igreja, valorizando a redenção cultural, a produção do conhecimento como forma de atuação no mundo e ainda a salvação integral do ser humano, visando torná-lo útil ― já aqui na Terra ―, através da prática dos valores do Reino.

Cem anos indica a necessidade de manutenção e reafirmação doutrinárias, mas também de reconsideração dos elementos ideológicos que, estranhos ao conteúdo escriturístico, incorporaram-se à prática da igreja. Tais elementos são como parasitas que se instalam no tronco de uma árvore e roubam os nutrientes que devem chegar aos galhos. Nada se desenvolve em um vácuo atemporal ou em uma bolha. Assim, a teologia ou a formulação de regras de tradição, produzidas por homens (falíveis, diga-se de passagem), são tributários de seu tempo. E os que as produziu certamente foram influenciados pela estruturas de pensamento em vigência em suas épocas. E é aqui que inicia-se o entendimento de um aspecto chave que certamente apontará os possíveis caminhos para mudar a nossa prática: nossa visão de mundo (identidade) e nossa atuação no mundo (relevância). O “apego ao passado”, como escreveu Milton Santos, “pode significar uma identidade com as raízes, mas a escolha do futuro vai, sobretudo, depender d[o] entendimento do mundo atual”. Uma vez que os nossos antepassados cumpriram sua tarefa evangelística e deram o melhor de si, a leitura da realidade é o mínimo que podemos fazer para que preparemos a ED do futuro. A educação que se faz hoje, meramente repetindo o que se praticou no passado, tende a cair na mesmice porque a vida é dinâmica.

É preciso entender os problemas que originaram a criação do movimento de ensino dominical, pois a preocupação não era somente com a dimensão espiritual do ser humano. A educação através da ED foi uma forma de correção momentânea e circunstancial, ao mesmo tempo em que visava incidir sobre o futuro. E é aqui que reside a importância de pensá-la, e não apenas reproduzi-la. Eu diria que não se trata de reinventar a ED, mas de dizer como ela pode funcionar em nossa igreja e, particularmente, nesse contexto. Essa atitude certamente a enriquecerá e trará avanços significativos em nosso autoconhecimento apontando possíveis caminhos para a superação do dualismo teológico que restringiu a missão da igreja à simplesmente “ganhar almas” (e não seres humanos integrais!), muitas vezes esquecendo-se, inclusive, de educá-las para que se mantenham no Caminho.


Percebe-se claramente que a nossa estrutura de pensamento é dual e dicotômica. Isso quer dizer que o aspecto que divide nossas atividades entre secular/sagrado, santo/profano, mundo/céu, vida cristã/vida privada, homem espiritual/homem material etc., é algo já devidamente condicionado. Contudo, para efetivamente cumprir a missão que o Senhor Deus outorgou à igreja, é preciso romper com tal dualismo e dicotomia, o que consequentemente significa mudar nossa visão de mundo! Já é tempo de entender que se o Reino de Deus (em seu sentido apocalíptico, literal e político) não será implantado na Terra pela ação social; também não existe possibilidade de a igreja olvidar desse seu papel. Para conseguir alcançar essa nova geração será preciso preparar-se para entrar por esse caminho. O ponto em comum de toda a discussão consiste no dualismo antropológico e na dicotomia da realidade.

Essa cosmovisão maniqueísta, que hipervaloriza o “além escatológico” e esquece o mundo que é criação de Deus, que não reflete acerca do fato de o ser humano ter recebido um mandato cultural que lhe foi outorgado na Criação, tendo então a obrigatoriedade de cuidar da Terra, não tem respaldo bíblico, antes é fruto de um equívoco teológico e, como podemos inferir do que disse Jesus Cristo, a salvação de vidas é algo muito mais importante que o cumprimento de regras religiosas (Mt 12.1-13). Assim, qualquer visão pessimista e irresponsável que ainda exalta a omissão e torna a atitude egoísta algo piedoso com a desculpa de que “as coisas são assim mesmo, pois Jesus está voltando”, não tem mais espaço em um mundo preocupado em despertar nas novas gerações um senso de responsabilidade com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento de medidas que diminuam a dor e o sofrimento humanos.


PR. César Moisés
É pastor, pedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário.
http://www.cpad.com.br/

sábado, 27 de agosto de 2011

EBD - Lição 09 - Preservando a Identidade da Igreja


Lição 9 – Preservando a Identidade da Igreja
28 de agosto de 2011

Texto Áureo
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade [alguns manuscritos acrescentam: e da pureza] que há em Cristo” (2Co 11.3). 
Paulo, como um pastor zeloso, teme que seus convertidos se afastem de Cristo, assim como Eva foi enganada por Satanás e afastou-se de Deus. Ele sabia que os falsos apóstolos eram uma perigosa ameaça espiritual, comparável à Serpente de Gênesis. Seus ensinamentos pareciam bons, mas na realidade corrompiam a mensagem do evangelho com suas inserções humanas, filosóficas e gnósticas de apego a exigências legalistas e de concessões (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Esse perigo não ficou restrito àquela época da Igreja, ele é tão real hoje quanto foi para a Igreja de Corinto. Por isso, a advertência de Paulo deve ser o norteador de todo crente para não se apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Verdade Prática
Só existe um meio de a Igreja de Cristo preservar a sua identidade como a agência por excelência do Reino de Deus: obedecer amorosa e incondicionalmente a Bíblia Sagrada.

Leitura Bíblica em Classe
Atos 20.25-32
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender o que é a Igreja;
- Saber que devemos preservar a identidade da Igreja, e
- Identificar Os perigos que ameaçam a Igreja na terra.

Palavra-chave
IDENTIDADE
Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa.
Comentário
Quais os perigos que têm ameaçado a Igreja e desfalcado a sua característica como embaixada do Reino? É significativo que a primeira vez em que os seguidores de Cristo foram chamados de ‘cristãos’ foi justamente por se parecerem com Cristo – ‘aqueles que seguem a Cristo’, isso porque tudo o que tinham em comum era Cristo; não se identificavam pela naturalidade, pela cultura ou pela língua que falavam. Para aquela Igreja, ser Cristão era pertencer a Cristo, ainda que esse epíteto fosse inicialmente ‘pejorativo’, tornou-se o designativo de um povo realmente chamado para fora do mundo e esse termo, ou aquele que o mundo hoje escolheu para nós - crentes (também pejorativo) – é o mais supremo nome que o ser humano pode levar na terra: ‘Cristão’! É primordial que tenhamos o zelo de manter as características de verdadeiros seguidores de Jesus Cristo para não sermos identificados pelo que temos, ou pela posição que ocupamos, ou pelo conjunto de regras e doutrinas que defendemos, mas sim pelo amor a Deus e o zelo pela Palavra, pela simplicidade e pela pureza que há em Cristo. Boa Aula!

I. O QUE É A IGREJA
Definição, Principais Dimensões e Sua Identidade.
Definição: Ekklesia’, formado de ek, ‘para fora de’, e klesis, ‘chamado’; no singular kaleõ, ‘chamar’. Entre os gregos era usado para descrever um grupo de cidadãos reunidos com a finalidade de discutir os assuntos do estado, como em At 19.39. O grupo de 72 sábios judeus que traduziram as Escrituras hebraicas para o grego utilizou o termo para designar o ‘ajuntamento de Israel’, quando convocado para qualquer propósito definido. O uso nos evangelhos tem duas aplicações possíveis: ao grupo inteiro dos redimidos ao longo da era atual, acerca do qual Jesus disse: ‘...edificarei a minha Igreja’ (Mt 16.18) e que na teologia desenvolvida por Paulo é descrito como ‘igreja, que é o seu corpo’, a Igreja universal (Ef 1.22, 23; 5.23); outro sentido quando utilizado no singular para referir-se a um grupo formado por crentes professos, como em Mt 18.17, e no plural, diz respeito às igrejas num distrito.
As principais dimensões da Igreja e sua identidade:
(1) A igreja é apresentada como o povo de DEUS (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com DEUS (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de DEUS. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por DEUS e Pai (2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO (ver 1Co 3.16; 2Co 6.14—7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de Cristo (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é Cristo (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela. 
(6) A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do ESPÍRITO SANTO (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do ESPÍRITO (Ef 4.4) e o batismo com o ESPÍRITO (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do ESPÍRITO (Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O ESPÍRITO que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de DEUS, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de Cristo para buscar o seu povo (ver Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível.
a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva em Cristo.
(b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt 13.24 ; At 12.5).

Sinopse do Tópico (1)
A Igreja é um organismo vivo. Ela é formada por pessoas de diferentes raças, línguas, culturas e cor que aceitaram a Cristo como Salvador.

II. A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA
1. Na pregação e no ensino do evangelho. A parte central das últimas instruções de Jesus aos discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A tarefa da evangelização ainda faz parte imperativa da missão da Igreja, ela é chamada a ser uma comunidade evangelizadora. Esta é uma das características da Igreja que transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9. A Grande Comissão foi dada pela autoridade de Cristo, posto que seu domínio é universal, o evangelho deve ir ao mundo inteiro. Assim, devemos avançar e conquistar novos discípulos, e isso não é uma opção, é uma obrigação de todo aquele que se diz cristão; não somos todos evangelistas no sentido formal do termo, mas todos temos recebido os dons necessários para ajudar a realizar essa que é a obra primaz da Igreja - esse imperativo de Jesus é a razão primária de ser Igreja!
2. No amor cristão. Jesus afirmou que nosso amor cristão mostrará que somos seus discípulos (Jo 13.34,35). As pessoas não regeneradas vêem dissensões, ciúme e divisão em nossa Igreja ou reconhecem-nos como seguidores de Jesus pelo amor que demonstramos uns aos outros? Essas coisas são essenciais à salvação e à preservação da identidade da Igreja. O amor cristão é mais do que um sentimento de afeto, é uma atitude que se expressa através do serviço desinteressado. O amor cristão tem no amor sacrificial de Cristo o seu modelo e a comunidade de crentes como o primeiro lugar onde esse amor se expressa (Gl 6.10; Ef 5.25). É digno de nota que o amor é a condição sine qua nom para o exercício apropriado de qualquer dom (1Co 13.1).
3. Na defesa da fé. Paulo preocupado com as raízes pouco profundas de seus convertidos escreve 1Tm 6.3-5 onde retorna pela última vez ao problema dos falsos mestres, destacando especialmente sua tendência de causar divisões e sua ganância. Isso leva-nos a refletir sobre a perspectiva correta que se deve ter em relação à segurança da fé que temos abraçado. Muitos crentes aceitam o que é divulgado pela mídia como se ela não cometesse erros e estivesse livre de preconceitos, isso vale também para o que é ensinado como teologia cristã; é preciso ter cuidado com o que estamos estudando e passando para nossos alunos, ao mesmo tempo, termos o maior cuidado de estarmos certos de que as respostas às quais chegamos são válidas, alicerçadas na Bíblia.

Sinopse do Tópico (2)
A Igreja deve preservar a sua identidade, pregando e vivendo a Palavra de Deus, amando ao próximo e lutando contra as distorções das Sagradas Escrituras.

III. ALGUNS PERIGOS QUE AMEAÇAM A IGREJA
1. A perda e o esfriamento do amor. Os crentes são chamados à fidelidade e perseverança até que as promessas alcancem seu cumprimento total. A demora no cumprimento de alguma promessa muitas vezes leva o crente ao esfriamento do amor e dedicação por Cristo e sua Palavra. Vejamos que na advertência à Igreja de Éfeso em Ap 2.4, o termo ‘deixaste o teu primeiro amor’, caracteriza um ‘abandono’ da fé; este é um dos sentidos do termo grego aphiemi – ‘deixar’; Strong define aphiemi em três categorias de significados: 1) Deixar ir, mandar embora, enviar, perdoar. Nesse sentido, a palavra é usada em conexão com divórcio (1Co 7.11-13), dívidas (Mt 18.27) e, especialmente, pecados (Mt 9.2; 1Jo 1.9); 2) Permitir, deixar (Mt 3.15; 5.40; 19.14); 3) Negligenciar, abandonar, deixar sozinho (Mt 4.11; Mc 7.8; Lc 13.35; Jo 4.3).
2. A perda do temor a Deus. Temer é ‘ter grande respeito a’, não se trata de simples medo, mas de reverência, por meio da qual o indivíduo reconhece o poder e a posição do indivíduo reverenciado e lhe presta respeito formal. Nesse sentido, ‘temor’ implica submissão a uma relação ética formal com Deus. Com efeito, quando se perde o temor a Deus, atingiu-se o mais baixo abismo da degradação moral e possivelmente, torne-se irreconciliável. Ninguém jamais alcançará o padrão divino de absoluta perfeição moral e será digno de sua glória. Portanto, se houver alguma salvação, ela deverá acontecer de outra maneira, pela justificação que há em Cristo para um correto relacionamento com Deus.
3. A perda da humildade. Como visto na lição de número 7, humildade vem do Latim humilitas, -atis: pequenez, modéstia, qualidade de humilde; capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. É o inverso de altivez, arrogância e orgulho. É demonstração de respeito, submissão, deferência e reverência. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. Paulo que, escrevendo 2Co 3.4, 5 e 6, afirma: “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento...” Para desempenharmos o serviço do Senhor é imperativo que haja humildade no coração: “O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus” (Mq 6.8). (Veja Pv 4.23; Mt 15.19; Fp 2.13; Tg 4.10; Lc 22.26; 1Pe 5.5,6).

Sinopse do Tópico (3)
O esfriamento do amor, e a perda do temor a Deus e da humildade têm ameaçado a preservação da identidade da Igreja de Cristo.

III. Conclusão
A Igreja é a família espiritual de Deus, uma comunidade criada pelo Espírito Santo baseada no Calvário, e como tal, deve preservar aquela marca distintiva que caracterizou a Igreja primitiva: obediência amorosa e incondicional à Bíblia Sagrada. Falsos ensinos são uma perigosa ameaça espiritual que podem causar estragos semelhantes aos causados pela Serpente de Gênesis. De modo semelhante, o apego a exigências legalistas e de concessões pode macular a identidade da Igreja (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Por isso, não podemos nos apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo.

Que Deus os Abençoe!

Hermes Castro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FAMÍLIA: CASAMENTO


O casamento faz parte do projeto inicial de Deus para a humanidade. Mesmo antes da criação do homem, Deus já criava os animais em pares. O propósito do Pai era dar ao homem a plenitude da realização do coração do homem. No entanto, Deus estabelece leis e diretrizes que devem ser seguidas pelo homem para esse fim.  A palavra mais conhecida sobre a família encontra-se no Salmo 128. Neste trecho da Bíblia, Deus nos garante que, se formos tementes ao Senhor e realizarmos nossos planos segundo a Sua vontade, nossa família será muito abençoada e tudo dará certo em nossa vida.
O Salmo 128 nos diz que: Feliz aquele que teme a Deus, o Senhor, e vive de acordo com a sua vontade! Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você. Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas.Quem teme ao Senhor certamente será abençoado assim. Que, do monte Sião, o Senhor o abençoe! Que, em todos os dias da sua vida, você veja o progresso de Jerusalém! E que você viva para ver os seus netos! Que a paz esteja com o povo de Israel!
Como podemos ver, existem algumas particularidades e características reveladas por Deus para todas as nossas famílias. Vamos analisar alguns aspectos:
1) Ser FELIZ: A principal razão pelo qual duas pessoas que até pouco tempo nem se conhecia se unirem, em nome de um sentimento chamado de amor, sem sombra de dúvida é a busca da felicidade. Ser feliz no casamento é uma das promessas de Deus, no entanto, muitos se esquecem que o próprio Deus deve fazer parte desse casamento. Devemos ter em mente que na matemática do casamento, 1 + 1 = 3. Somente quando Deus assumir a posição de terceira pessoa do casamento, é que encontraremos a plena felicidade.
2) Tudo dará CERTO: Acredito ser esse os sonhos que todos os casais alimentam no coração, não ser dependente de outrem, que sejam plenamente felizes, e que tudo vá bem na sua caminhada, e isto é possível, desde que o homem tema a Deus e andem nos seus caminhos. Os caminhos estabelecidos por Deus são perfeitos e fáceis de caminhar. Por exemplo, alguns dos caminhos que devemos andar.
I) AMAR: Amar o cônjuge do jeito que a pessoa é, sem criticá-la, nem exigir, mas servindo de exemplo, e demonstrando o seu próprio amor, como diz apóstolo Paulo em efésios 5.28, "O homem deve amar a sua esposa assim como ama o seu próprio corpo. O homem que ama a sua esposa ama a si mesmo", No mesmo contexto, Paulo confirma seu conselho no versículo 33, "Mas também está falando a respeito de vocês: cada marido deve amar a sua esposa como ama a si mesmo, e cada esposa deve respeitar o seu marido".
II) HUMILDADE: Essa característica deve fazer parte do cônjuge, "não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios;mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos" (Fp. 2.3). Vejamos o exemplo do próprio Senhor Jesus em FP. 2.6-7, "Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte - morte de cruz".
III) ORAÇÃO: São caminhos que o casal deve trilhar, para manter seu relacionamento constante com Deus, pois dependemos Dele para tudo, e a Bíblia diz em Salmos 127.1A, "Se o Senhor Deus não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la". Então precisamos de Deus em nosso casamento para que a nossa casa seja realmente estabelecida.
IV) COMUNICAÇAO: É de suma importância no relacionamento, porque só assim ambos podem expressar seus sentimentos de tristezas e alegrias e compartilhar tudo da vida.

Portanto amados, esses caminhos que Deus estabelece para os casais devem ser trilhados por nós mesmos, para sermos feizes e tudo ir bem. Lembremos que o crente que tem intimidade com Deus, que se santifica a dim de agradar ao pai, ele tem visão de águia e sempre é avisado quando o inimigo se aproxima, e pode se armar contra ele. Quando dobra seus joelhos e clama, Deus responde por que Ele não resiste ao clamor de um fiel e somente assim seremos mais que vitoriosos em nosso casamento.

Que Deus nos abençoe em Cristo Jesus.

Amém.

Bibliografia:
Bíblia Sagrada Digital Glow - Nova Tradução na linguagem de Hoje (NTLH)
Pr. Raul Cavalcante Batista (http://www.apazdosenhor.org.br/)
 

sábado, 20 de agosto de 2011

É isso mesmo...

A Paz do Senhor Jesus Cristo,

Amados irmãos em Cristo Jesus, na Era da Tecnologia onde se moderniza e se multiplica as formas de comunicação, através das diversas redes sociais, as multi formas da internet, com as inversões dos sagrados valores cristãos, com a propagação do pecado e principalmente atendendo o chamado do próprio Senhor Jesus foi que decidimos entrar nesse mundo virtual e tentar, a luz da Palavra de Deus, mostrar as Boas Novas do Evangelho de Cristo a todos os nossos seguidores e leitores desta página digital.
Não temos nenhuma pretenção de considerar como verdade absoluta os textos postados nesse espaço virtual. Queremos externar nossas opiniões sobre diversos assuntos bíblicos, principalmente sobre temas como: Família, Salvação, Sacrifício Vicário de Jesus, Escola Bíblica e notícias sobre as Igrejas e Eventos Evangelísticos.
Agradecemos, inicialmente ao meu Deus que, com máxima misericórdia, me deu essa oportunidade de usar a tecnologia da Internet e levar Sua Palavra a todos. Agradeço a minha esposa que me incentiva e me inspira para a elaboração dos textos. Agradeço a minha Igreja pela confiança depositada para a realização do trabalho na Obra de Deus.

Esperamos que Deus nos ilumine e nos capacite para a realização deste trabalho e que os textos aqui publicados possam encontrar solo fértil e possa produzir seus frutos.

Amém.